
Óscar Monteiro, que falava da Vida e Obra de Samora, disse que o primeiro Presidente de Moçambique nunca quis estar envolvido em questões de dinheiro, que para Samora, o Bem Público era bem de todos e ele respeitava.
“Samora ensinou-nos a não usar os Bens do Estado para benefício individual. Ele dizia que quem estava no Estado tinha a obrigação de defender e respeitar, os Bens do Estado”, contou.
Monteiro lamentou ainda pelo facto de, actualmente, não estar a se seguir os legados que Machel deixou, principalmente no que diz respeito à gestão do Bem Público.
“A sobriedade na gestão do Bem Público é importante. Mas, actualmente, nós entramos numa fase de concorrência onde, quem tem é o melhor. Isso de estar com o pé no Estado para fazer negócios a seu favor é absolutamente condenável. Se querem ser ricos, que saiam e façam negócios fora”, apelou o comandante.
Óscar que fez parte do Governo de transição considera uma doença, o facto de alguns dirigentes se aproveitarem de sua posição no Estado, para alimentar negócios particulares. O antigo combatente acredita que é o problema de conflito de interesse que impede que, o Estado se endireite.
Quando questionado sobre a maneira como Machel reagia às críticas, olhando para o modo como os actuais dirigentes reagem a mesma, Monteiro respondeu: “Samora aceitava críticas, aproximava-se da pessoa que o criticava para perceber melhor o contexto da crítica e reflectia sobre a mesma”.
Samora Moisés Machel foi o primeiro Presidente de Moçambique independente. Morreu no dia 20 de Outubro de 1986, num acidente aéreo quando regressava de uma reunião internacional em Lusaka. (Natalia Inacia Jaime)